terça-feira, 1 de maio de 2012

Yoga e Dança

Yoga, sendo a raiz de toda a arte, é complementar e suplementar para dança. A prática de Yoga desenvolve uma mente afiada, uma visão alerta, membros proporcionais, boas características gerais e boa voz. Traz agilidade, rapidez e elegância nos movimentos, repouso e reflexão. Yoga é uma expressão subjetiva de um sentimento experimentado. Dança é a expressão artística das emoções, gestos e comportamento de um yogi experiente. Yoga é ação. Externamente, é estática, mas dinâmica para dentro, enquanto a dança é movimento e dinâmica para fora. Yoga é a beleza em ação e a dança é a beleza em movimento.


Yoga têm três tipos de movimentos: tivra (intensa), madhyama (médio) e mrdu (suave). Assim, também, na dança há Tandava (vigorosa), Lasya (suave e lento) com abhinaya (gesto, ação ou expressão emocional), bhava (disposição e sentimento), e rasa (a sensação ou sentimento que prevalece em um gosto ou um personagem). Como o Yoga possui enumeráveis asanas, então há karana na dança, que nada mais são que yoga asanas. Yoga olha para o destituído de forma de atributos ou qualidades (nirgunabrahama). Dança olha para ele com forma e atributos (sagunabrahma).


Yoga é o caminho da involução e da renúncia - nivrtti marga - Considerando que a dança é o caminho da evolução e aceitação de toda a criação – pravrtti marga. No entanto, os caminhos do karma, bhakti e jnana são misturados belamente em ambas as artes. Para um yogi é importante tratar o corpo como templo da alma e cada movimento, como o mantra ou o japa. Cada ajuste é o artha ou o significado do movimento e cada experiência é bhavana ou sentimento. Assim também na dança. Yoga desenvolve um belo corpo, traz um sorriso no rosto, uma voz doce, olhos claros, mente limpa, as pernas firmes e saúde em abundância. Dançarinos precisam de tudo isso para usar a boca para a música, as mãos para transmitir um significado, olhos para expressar sentimentos e os pés para a firmeza e ritmo. Então, o Yoga é uma grande ajuda para a dança.


Yoga é uma apresentação subjetiva exibindo gesto, posição e expressão no asana, pranayama e dhyana. É uma experiência interna e sentimento de integração do corpo, dos sentidos, da mente e da inteligência com o self. A dança é uma expressão externa de pensamentos, paixões e ações. As seis características de desejo, raiva, ambição, amor, orgulho e ciúmes são consideradas como os inimigas para o crescimento do conhecimento espiritual no Yoga e o iogue as controla e sublima com simpatia (maitri), compaixão (karuna), alegria (mudita) e indiferença (upeksa). As seis características mencionadas acima são consideradas na dança como companheiras para exprimir os variados sentimentos do homem. Essas seis emoções básicas são convertidas como navarasa em erótico (Sringara), cômico (hasya), patético (Karuna), heróico (vira), furioso (raudra), amedrontado (bhayanaka), maravilhado (Adbhuta), revoltado (bibhatsa) e pacífico ou meditativo (santa). 


Yoga é uma experiência dinâmica interna de si mesmo e a dança imita a experiência interior do yogi externamente para que seja visto. Assim, tanto o Yoga e a Dança brilham como formas imortais e se expressam através da moldura mortal - o corpo - o templo da alma e a morada de Deus - a consciência. 

Yoga e as Artes Marciais

Existe uma íntima relação entre as Artes Marciais e o Yoga. Começamos com o nominado criador das artes marciais na  China ele é chamado de Ta Mo, no Japão de Bodhidarma. Ele era o décimo terceiro patriarca budista. Entre os conhecimentos que um budista deve conhecer estão os darshana.Darshana são os pontos de vista.  Os pontos de vista são: Samkhya, Yoga, Vedanta, Parva Mimansa, Nyaya e Vaishesika, Assim sendo, é muito provável que ele fosse um praticante de Yoga. Independentemente disto, o Yoga foi ensinado a Arjuna, um príncipe guerreiro, durante uma batalha. Quem o ensinou foi Krishna. Outra consideração ainda está relacionado com as poezas feitas pelos mestres de Artes Marciais são muito parecidos com os dos praticantes de Yoga.
       
Achar um mestre de Artes Marciais era tão difícil quanto achar um praticante de Yoga.  Tanto as Artes Marciais quanto o Yoga são iniciáticos. Existiam testes que os aspirantes deveriam passar para se habilitar nas suas respectivas práticas.  Muitos outros testes seriam aplicados a cada fase da jornada. Os testes eram variados. Os testes eram físicos, lógicos , emocionais, entre outros.O ensino de Artes Marciais aconteceu na China para que os monges dos mosteiros aguentassem as longas horas de meditação. A meditação é uma técnica principalmente de praticantes de Yoga. As técnicas de meditação foram descritas pela primeira vez, pelo Yoga. Ela é citada no Rgveda, no Mahabharata, no Bhagavad Gita, no Yoga Sutra, entre muitos outros. São os textos sagrados do Yoga.. Quando comparamos os vários tipos de meditação percebemos que todas têm a mesma origem.  

Yoga e Depressão

A descoberta é de um dos maiores e mais importantes centros de pesquisa do mundo, a Universidade de Boston, nos Estados Unidos. E confirma de forma cabal o efeito ansiolítico do Yoga. É que as posturas dessa prática, que une alongamento e meditação, agem diretamente no sistema nervoso central, trazendo calma e relaxamento. Por isso, sugere o estudo, merece figurar entre os mais eficientes métodos alternativos contra a depressão e os distúrbios de ansiedade. Os adeptos do Yoga conhecem e propalam esses benefícios aos quatro ventos. Só que pela primeira vez os cientistas relacionaram a prática ao aumento no cérebro dos níveis do ácido gama-aminobutírico, ou GABA, na sigla em inglês, um neurotransmissor que diminui os estímulos nervosos e relaxa as células ali na massa cinzenta. Pessoas com depressão apresentam uma drástica redução na quantidade de GABA. 

 Os pesquisadores compararam pacientes que fizeram as posturas durante uma hora com gente que passou o mesmo período lendo um livro. Logo depois, com a ajuda de exames de ressonância magnética, analisaram o teor de GABA no cérebro dos praticantes. Houve um aumento de 27% depois da sessão, enquanto que nenhuma alteração foi encontrada nos indivíduos do grupo de leitura. "Esse trabalho prova que a prática ajuda a regular os níveis da substância, assim como as drogas, mas sem efeitos colaterais", ressalta Streeter, que é professor de neurologia e psiquiatria.  Pesquisas anteriores já davam conta de que a ioga eleva os níveis de serotonina, outro neurotransmissor que também cai em pessoas com depressão. Então, é de se supor que a soma das duas substâncias serotonina e GABA resulte em uma química natural, praticamente imbatível contra a tristeza sem fim.

A doutora em psicobiologia e pesquisadora da Unidade de Medicina Comportamental da Universidade Federal de São Paulo Elisa Harumi Kozasa é uma entusiasta do uso terapêutico da ioga. Já se sabe que ela funciona como um ótimo complemento dos tratamentos convencionais, aumentando as chances de cura, conta. A especialista destaca que a prática reúne aliados de uma mente saudável, como a atividade física, a meditação e o relaxamento. Ela tende a funcionar muito bem para quem sofre de depressão leve ou moderada, mas, quando a doença é recorrente ou muito severa, fica difícil sentir os efeitos, ressalva, ponderada. Segundo a tradição da ioga, a depressão e a ansiedade resultam de uma baixa na energia vital do corpo em razão da vida agitada e do estresse. O método procura despertar a consciência e equilibrar o indivíduo para reabastecê-lo. A procura no Brasil tem crescido a cada ano. Segundo estimativas da União Internacional de Yôga, hoje são mais de 5 milhões de adeptos no país.