“Não fique triste quando ninguém notar o que fez de bom. Afinal... O
sol faz um enorme espetáculo ao nascer,e mesmo assim, a maioria de nós continua
dormindo”. Esta frase, comumente atribuída a Charles Chaplin ou John Lennon, me
inspirou para escrever um pouco sobre RECONHECIMENTO.O reconhecimento não se mede pelo número de certificados que uma
bailarina tem emoldurado na parede. Cursos e concursos se faz, se paga e se
ganha cerificado simplesmente. Um certificado, uma simples folha de papel, não
têm a capacidade de medir seu nível de aproveitamento num curso ou a qualidade
de sua dança. O reconhecimento também não está ligado ao tempo de estudos e
prática de dança. Vejo um monte de bailarinas que se gabam de dançar/estudar
Danças Árabes desde “mil novecentos..” e
no entanto pouquíssimo conhecemos de seu trabalho além de umas poucas
apresentações mais expressivas.
Me surpreendo sim com aquelas bailarinas que
começaram a dançar a pouco tempo e em menos de um ano de dança já contam com um
belo número de apresentações públicas em bares e restaurantes, casa de shows e
espetáculos e integram companhias de dança reconhecidas. Isso é um sinal de bom
aproveitamento do conhecimento adquirido! E isso é para poucas. Não me
surpreendo ao ver dançar lindamente uma bailarina que estuda Dança Árabe há 15
anos e começou a se apresentar há uns 4 anos. Isso quer dizer que ela ficou 11
anos só estudando, ensaiando sem colocar seus conhecimentos a prova. A
apresentação de dança é, nesse sentido, a iniciação da bailarina no mundo da
dança. Os anos de estudos e prática em aulas ou sozinha em casa dançando na
frente do espelho são, ao meu ver, um ‘ensaio” para apresentação. A vida de uma
bailarina na dança começa com a apresentação. Eu me tornei professora sem ter
me apresentado e isso não fez de mim uma pessoa conhecida. Quando decidi me
profissionalizar enquanto bailarina, em menos de um ano fiz mais de 20
apresentações públicas em teatros, casa de espetáculos, jantares/show, bares e
restaurantes.
O tolo se contenta e se envaidece com elogios e acha que isso é
reconhecimento.
Quando eu era mais nova, achava que meu mestre não era
reconhecido. Ele é um dos pioneiros da Yoga no Brasil e no entanto não era
reconhecido. Foi quando eu comecei a circular em outros espaços de Yoga,
inclusive em outros estados, que ao me apresentar para alguns professores “reconhecidos”
, descobri que tinham sido alunos do Shin. A vaidade não faz parte do caráter
de um Yogue de verdade. E só não é reconhecido aquele que busca reconhecimento por pura
vaidade. Hoje eu entendo isso e se não sou reconhecida pelo público em geral, me
sinto muito grata e reconhecida pelos meus alunos, aqueles que importam
verdadeiramente. Fazer um workshop, dançar numa apresentação não me
impressionam mais, é um caminho disponível e aberto a todos aqueles que estejam
dispostos a pagar por este reconhecimento (certificado). Recuperar um músculo
lesionado de um atleta, fazer um trabalho de reforço muscular e alongamento com
pacientes que tiveram câncer, aliviar o stress e curar L.E.R’s e outras dores
ditas “incuráveis” pelos médicos, resgatar a auto-estima de homens e mulheres,
tratar TDAH em crianças e adolescentes sem o uso de medicamentos, reposição
natural de hormônios para mulheres na menarca e menopausa (aliviando a TPM),
devolver qualidade de vida e alegria às pessoas; isso não têm dinheiro que
pague, e para isso não há certificados, apenas sorrisos...
A gratidão é uma forma singular de reconhecimento e o
reconhecimento é uma forma sincera de gratidão. E isso não se compra com um
certificado. A escolha de alguém por mim como professora não é por acaso,
acredito que isto sim se dê pelo reconhecimento, pela lealdade, pela franqueza,
pela capacidade e pelo comprometimento. Não temos escolha para esta escolha.
Não podemos pagar para que os alunos nos escolham. Esta escolha vêm por mérito
e esse mérito, por mais simples que seja, nos permite fazer eclodir nosso
valor. Muito obrigada à tod@s meus alunos que me entregaram seus templos com
confiança, me fizeram crescer com suas dificuldades e me despertaram o desafio
de superar limites. Namaskar!
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